quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sonho enfeitiçado...

Sonhei uma noite, um sonho enfeitiçado,
parei as águas que no meu sonho corriam,
sussurrei ao vento um segredo encantado,
quimera de penas brancas e sorriso alegado.

Meu sonho esbateu em água cristalina,
o que já não posso mais ocultar,
a paixão febril que o meu coração domina,
um sonho agitado como barco em alto mar.

Os pássaros da madrugada,
perderam a vontade de cantar,
magia suave de um olhar,
luar mortífero, sem pressa de terminar.

Ondas de memórias sãs,
recordações empoeiradas,
livro de poções vãs,
mil e uma horas passadas.

Neste sonho sonhado,
pensei sorrindo,
que nas nuvens estava dormindo,
e que os teus braços tinhas alçado,
para que me pudesse debruçar,
e sobre ti dormitar...

Este sonho conduziu-me ao espaço,
bailámos por momentos sobre o céu,
em jeito de brincadeira sussurrei,
deixei cair o esplendor do véu,
que um dia à Igreja levei.

Voltas e voltas, girando docemente,
tu me abraças cada vez mais, e mais...
Sinto a tua voz rouca, o teu hálito quente,
os gestos doces que não quero largar, jamais...

Carícias sublimes, como só tu me sabes dar,
selas-me a boca com um beijo salgado,
e o olhar, como uma trama difícil de largar,
um momento doce, tão quente como molhado.

Sei em fim, que nada disto é verdade,
mas, quem sabe, se sonhar outra vez,
este sonho tão mágico e divino,
ele um dia se torne realidade...

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