Os meus olhos abrem e fecham,
Pestanejam e voltam a pestanejar,
O meu coração bate e rebate,
Bate um pouco mais e, volta a bater.
A minha cabeça lateja saturada,
Estou cansada, sinto-me zonza,
Hoje, o dia longo que para mim foi noite,
Deixou-me completamente devastada.
Sinto vontade de fechar os olhos por uns segundos,
Sem que eles voltem a abrir tão depressa,
Sinto vontade de cometer uma proeza,
Sinto vontade de esculpir a minha mente.
Preciso de paz,
Sinto-me revoltada,
Mas,
Serei eu a culpada,
De tanta revolução?!
Às duas por três, já nem sei de nada,
Escuro, sombrio, cabisbaixo,
O sol teimou em se esconder,
E o sorriso, não se quis mostrar.
Estou sem jeito,
Incompreendida por mim,
Alheia de tudo à minha volta,
Desejosa que chegue o amanhã.
Apetece-me largar tudo,
Roupa, chinelas, bijutaria,
Soltar o cabelo apanhado num rabicho,
Destruir a maquilhagem.
Sentada no sofá, a ver TV,
Enrolada numa manta,
Bebendo um chá de cidreira ou camomila,
Ou simplesmente, dormitar,
Ignorar o pesadelo que é a realidade,
Despir de preconceitos e mágoas,
Nua de máscaras e demónios,
Somente eu e o sussurrar da brisa lá fora.
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