quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Já pensei...

Já pensei em desistir, de mim e de ti.
Já pensei em deixar tudo para trás,
Esquecer as memórias envelhecidas,
Enterrar o passado e até mesmo o presente.
Já pedi muito para sair deste inferno,
Precisava de me libertar, não sabia como fazê-lo,
Sentia-me oprimida num mundo fechado,
Presa a sentimentos obscuros,
A pensamentos loucos e incendiados pela fúria de um amor,
Presa a coisas que não queria sentir, nem ter por perto.
Quis fugir para bem longe daqui,
Correr em busca de algo superior,
Procurar um lugar melhor para mim,
Encontrar um refúgio, um porto seguro, um lugar encantado.
Precisa de pôr fim ao sofrimento, mas, como?
Sentia a dor presa em mim, sentia-me mal comigo própria,
Presa à tortura da realidade,
Às lágrimas que tendiam a cair incessantemente,
Presa a um coração insólito e indigesto, que precisava de parar.
Senti-me louca, revoltada, desorientada, desligada de quem era.
Chamei por mim, gritei, berrei, mas, nada!
Não sabia de mim, estava perdida algures, entre o tempo e o espaço,
Estava escondida por algo ou alguém que não me deixava revelar.
Precisava imediatamente de mim, de ser quem era, de ser como era,
Queria ser a pessoa feliz que sempre havia sido,
Queria de volta o sorriso rasgado do dia-a-dia,
Era inevitável viver sem eles,
Era impossível sobreviver assim,
Neste mar de angustias e recordações cruéis,
Debaixo destas nuvens escuras e sombrias que sobre mim pairavam,
Rodeada desta inveja do nada que era a minha vida,
Do ponto de interrogação que balançava na minha alma,
Perdida num céu chuvoso ou em espinhos de rosa.
Este meu coração estava cansado de tanto se debater,
Farto de lutas e carapaças,
Necessitava de algo mais,
Um mais prolongado numa estrada curvilínea.
Precisava de um olhar que me acalma-se,
De um sorriso que me aquece-se o coração,
De um gesto de meiguice que me reconforta-se,
De uma palavra de incentivo que me motiva-se,
Precisava de alguém que me ajudasse a reencontrar,
Precisava do meu sentir, do meu olhar, do meu sorriso,
Da minha felicidade, da minha alma e do meu coração,
Das minhas palavras amenas, dos meus murmúrios,
Do meu espaço, das minhas recordações,
Precisava de MIM, como realmente era.





2 comentários:

  1. Olá Ana Filipa,
    Gostar do teu blog é mesmo muito pouco, porque ele é suberbo!
    Sei que não me pedis-te a opinião, mas mesmo assim eu vou dá-la!
    Como já disse mais acima neste comentário gosto imenso do teu blog, mas acho que às vezes se torna "cansativo", porquê perguntas tu?
    Porque, às vezes é só poesia, poesia, textos, textos, é todos os dias a mesma coisa.
    Por vezes à que variar... Podias variar os temas de vez em quando falar de algo que te incomodou (mas sem ser em poesia por favor --' ), ou até mesmo algo do teu dia-a-dia, não sei...
    é a minha opinião...
    Beijos!!

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  2. Olá! Antes de mais obrigada por este teu comentário, fico feliz por gostares e compreendo e respeito o que me dizes, ainda bem que o dizes, gosto de saber as vossas opiniões de ir apreendendo e de fazer coisas novas. Vou pensar numa forma de dinamizar mais as publicações e, fica descansada, porque em breve, começa nova dinâmica. Não deixes de visitar e podes dar sempre a tua opinião, será sempre bem-vinda!!!
    Beijinho,
    Ana Filipa :)

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