domingo, 16 de setembro de 2012


"Para viver de verdade, temos que esmurrar muitas vezes a cara. Temos que tentar e não conseguir, achar que vai dar e perceber que não deu, querer muito e alcançar, ter e perder. Temos que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de quem amamos e dizer uma coisa terrível, mas que tem de ser dita. Temos que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que amamos e ouvir uma coisa terrível, mas que tem de ser ouvida. A vida é incontornável. Perdemos, levamos porrada, tentamos deixar o passado para trás, caímos. Dói, dói demais. Mas passa. Sabes essa dor que sentes agora? Ainda vais olhar para trás e rir-te dela. Juro que estou a dizer a verdade. Eu não minto, vai passar."


Bom Domingo 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Lembranças de ti - poema de 2010

Hoje reflecti sobre ti,
tentei pôr o coração de parte,
pensar nas coisas,
como elas realmente são.

Marcaste-me com o teu jeito,
com as tuas qualidades,
e até com os teus defeitos,
sim, porque ninguém é perfeito.

Mirei o luar estarrecido na noite,
o céu estrelado a ouro,
a janela de vidro fosco,
a chuva estilhaçada na janela.

Pensei nos momentos que passamos os dois,
na nossa relação e na nossa cumplicidade,
naquilo que havíamos sido e naquilo que agora somos,
simples conhecidos que se falam de quando em quando.

Dei por mim inundada em lágrimas,
apedrejada pelas recordações,
desse passado tão doce e animado,
que passei contigo ao meu lado.

Fizeste-me sorrir, mesmo quando só me apetecia chorar,
a tua forma de falar, a tua simplicidade,
a teu jeito carinhoso de me reconfortar,
as tuas palavras eram melodia e o teu sorriso, alegria.

Perdi-me em pensamentos,
julgamentos e mágoas,
sorrisos e lágrimas,
enfim... no que já passou.

Agora, sinto em mim algo novo,
uma vontade insaciável de te ter por perto,
mas um desejo enorme de te esquecer,
um misto de sentimentos.

Sinto que me fazes falta,
a minha alma evoca o teu nome no silêncio,
o meu coração chama incessantemente por ti,
os meus olhos brilham cada vez que te vêm... gosto de ti.

Sei que não me amas, 
que não sentes nada por mim,
tentei fazer de ti passado,
mas tu insistes em cruzar o meu presente.

Sinto-me confusa, sem rumo, à deriva,
num mar de perdições, 
entre o fogo e o gelo,
a noite e o amanhecer.

Tenho medo de acordar,
e que tu já tenhas partido,
a tua ausência magoa-me,
e causa em mim um vazio profundo.

Teimo em dizer que és passado,
mas, no fundo sei que é mentira,
uma mentira tão certa como eu,
uma mágoa desgastante e corrosiva.

Seja como for, sei que te amo,
mas, sei que não sentes nada por mim,
a tua chama apagou-se, com a brisa,
sei que um dia a minha também se irá apagar.

A verdade é cruel e custa a acreditar,
como é que é possível que, 
o fim custe tanto a aceitar.
Meu coração está revoltado e eu comigo mesma.

Talvez um dia nos voltemos a reencontrar,
nas águas gélidas do oceano,
nas ondas límpidas do mar,
ou nas nuvens escuras do céu.