quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Naquele dia...

Naquele dia em que te vi,
O meu mundo parou,
O meu olhar congelou,
Com vontade de te abraçar.

Sentimento invulgar,
Anomalia alheia,
Pular singelo de um coração,
Agora, talvez, apaixonado também.

A tua doçura fez-me parar,
Ignorar o que estava em meu redor,
Mirar-te fixamente, como alguém especial.
Os teus olhos enfeitiçaram-me e o teu sorriso, derreteu-me.

Eras diferente,
Talvez os teus olhos brilhassem mais,
Talvez a tua boca fosse traçada a outro lápis,
Talvez os meus olhos te quisessem ver de outra forma.

Imparcial aos ruídos absortos, continuei a mirar-te,
Naquele momento, tudo ficou imóvel, mudo, surdo,
Simplesmente tudo parou, eu mirava-te,
Como se o amanhã não mais existisse e tu,
Com teus olhos doces me olhavas,
Como rouxinol que se preparava para cantar.

Mais uns minutos de contra-olhares e,
o sangue que corria no meu corpo, estagnou,
estava fascinada, rendida a ti,
um desconhecido encantado que,
por momentos me fez sentir algo invulgar.

Talvez amor,
Talvez devaneio,
Talvez uma dádiva,
Talvez um novo rumo.

O meu mundo voltou a ganhar cor,
O barulho, a agitação, voltou tudo ao normal,
O que mexia voltou a mexer,
E o que sentia, intensificou-se.

Tomei conta de mim,
Das figuras aparvalhadas que acabara de fazer,
Incomodada resvalei para o outro lado do passeio,
Escondi o rosto com o chapéu de palha antigo,
Mas o coração continuou a palpitar intensamente.

Olhei à volta, mas não estavas,
Desesperei, o pavor assaltou-me,
De repente, senti um arrepio, um calafrio,
Um pequeno suspiro, um bocejo de admiração,
afinal, estavas aqui, do mesmo lado do passeio,
mesmo juntinho a mim!





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