Virei-me para trás a fim de sair daquele sítio
escuro e sombrio que não conhecia como sendo agradável. A porta aberta atrás de
mim, fechou. Estava trancada no meio daquele sítio indiscutivelmente triste e
aborrecido. O passado trancou-me entre quatro portas de presente. Qual deverei
escolher? Qual será o melhor caminho a seguir?
Olhei em meu redor. As paredes negras daquela sala
fechada, tinham penduradas fotografias de tempos passados. De repente, como por
magia, o vento soprou por uma janela entreaberta, as pequenas fotografias
emolduradas trepidaram ao longo da parede. Uma caiu, outra partiu-se a meio,
restaram duas. Na primeira, estava a sorrir, na segunda, estava a chorar.
Virei-me de novo para trás, não queria estar ali,
não queria ser confrontada com aquele sítio penoso que nada revelava acerca de
mim.
A sala estava iluminada por pequenos candeeiros
foscos, metade deles corroídos pelo tempo. Enquanto lá estive, alguns fundiram,
foram poucos os que resistiram, mas, aqueles que ficaram serão, sem margem para
dúvidas, aqueles que virão a indicar-me a porta certa a abrir, que irão
iluminar-me e multiplicar-se.
Olhei mais uma vez fixamente para o extremo oposto
da sala, sem um só suspiro, sem um único arrepio, fitei cada ponto daquela sala
quadrada que temia vir a ser um grande enigma para mim.
Apeteceu-me fugir, gritar por socorro, mas, estava
trancada! Agora, só resta uma alternativa: debater-me neste compartimento,
lutar com todas as minhas forças por encontrar a porta certa. Depois disso,
abri-la e viver aquilo que estiver guardado para mim. Será com certeza uma
grande aventura!
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