domingo, 24 de julho de 2011

Lembranças...

Conjuguei-te no pretérito,
e agora apenas habitas minhas lembranças...
Quantas vezes achei necessário
destruir os meus arquivos,
jogar as lembranças pela janela,
deixá-las ir tempo fora,
como plumas jogadas ao vento...

Conjugar-te no presente,
foi algo intenso, dócil,
ternura expressa em mim.
Mas, agora resta-me,
nos momentos solitários
e desesperança,
abrir aquela gaveta,
apaziguar o meu coração.

Na sublimidade da poeira,
dos grandes momentos,
daqueles que passámos os dois,
e em que eu bailava nos teus braços,
por entre juras,
doces loucuras,
poções enlevadas,
ouvindo o sussurrar de uma quimera encantada...

Apenas memórias vagas,
soltas dos galhos,
entorpecidas pelo tempo,
arquivadas num sotão,
resguardadas de teias,
de maus presságios,
de escuridão.

São ainda memórias vivas
na minha jovem memória
e me reabastecem
quando estou triste...

Miro-as de quando em quando,
provas de que na escola da vida,
as coisas sofrem transformações,
são muitos os sentimentos que nos abrangem,
com os quais teremos de aprender a viver,
a ilusão, o amor,
o desgosto ou o sofrimento...

Não sei de tudo,
ainda muito me falta saber,
na realidade,
ainda não sei de nada!

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