terça-feira, 19 de junho de 2012

"Onde está o amor?!"


"- Pam! É a Emilie.
Voltei a dirigir-me para o sofá. Nunca costumo esconder nada à Pan é como se fosse o meu diário, sabe tudo sobre mim, mas hoje estava com dúvidas se lhe devia contar da existência de um novo aluno na minha turma. Ajeitei o corpo no sofá e cobri-me com uma manta que habitualmente costuma estar dobrada por cima das minhas pernas. A Pan sabe que não me costumo apaixonar facilmente e que não sou propriamente daquelas taradas que mal vê um rapaz giro não pensa noutra coisa. O Lucas era diferente, despertou a minha atenção de uma forma muito invulgar e inesperada. Por um lado apetecia-me contar-lhe, desabafar com ele e saber se era normal eu não conseguir parar de pensar nele, alguém que só conheci hoje e de quem só sei o nome. Conto, não conto, que faço?!
- Ah, olá Emmy. Como estás? – disse ela com uma voz algures entre o triste e o ensonado.
Apetecia-me deixar sair tudo cá para fora, contar-lhe tudo mas não queria que ela achasse que estou apaixonada, o que se calhar nem é mentira, mas a Pam pode tornar-se muito teimosa e chatinha quando descobre que alguém está apaixonado.
- Olá Pan! Estou bem, e tu? Acordei-te? Desculpa mas, pensei que ainda fosse cedo e que estarias acordada…
Estou prestes a explodir, não consegui omitir nada à Pam. Estava tudo bem, mas algo estava errado. Não acredito em amor à primeira vista. Não acredito que me tenha apaixonado por ele logo da primeira vez que o vi. Talvez esteja a confundir amor com atracção ou simplesmente alguém com quem simpatizei. Será que por esta hora as outras raparigas da minha turma estariam a sentir o mesmo? Lançou-nos um feitiço a todas e agora não conseguimos abstrair-nos dele. Estamos deslumbradas!
- Não, não me acordaste, estou apenas cansada. O curso está cada vez mais intenso e temos de dar tudo por tudo neste última fase. Talvez daqui a uns dias possa ir ter contigo para fazer uma visitinha.
Let’s go! Queria que ela viesse, gosto de ter a companhia dela. Ao mesmo tempo faz-me esquecer os meus problemas e ajuda-me a perceber algumas coisas que sozinha não sou capaz. Nunca fui uma pessoa muito mimada, até porque vim para Portugal aos dezasseis anos e tive de aprender a fazer tudo sozinha, mas, na ausência dos pais sabe sempre bem ter companhia, especialmente quando essa companhia nos compreende."

Sem comentários:

Enviar um comentário