sábado, 25 de junho de 2011

Saudades...

Saudade: doce armadilha,
sentimentos misturados, explosão,
inevitável cedilha,
da palavra "coração".

Saudade que o tempo acumula,
carinho afagoso,
sino plangente, que badala,
ruído forte e estrondoso.

Saudade do tudo e do nada,
da manhã e do entardecer,
livro extenso, perna alçada,
palavra bonita, inventada.

Saudade dita ao ouvido,
cantada por quem a sente,
sem cessar, dentro da alma,
verdade acesa que chega a toda a gente.

Saudade minha,
Leva o vento as palavras,
esboçadas de repente,
alquimia das doces arcadas.

Saudade tenho eu,
dos tempos empoeirados,
memórias esquecidas, levadas pelo vento,
presentes em mim, como baralhos amotinados.

Saudade, estrela fulgente,
na noite eloquente,
que fica presente,
e fala no coração.

Saudade, chega devagar,
fica aqui, assim, refugiada em nós,
de onde ela vem? Não é preciso perguntar,
basta senti-la pulsar.

Saudade, sentimento real,
febre mortal, que todos podemos apanhar,
nunca mata de repente,
vai matando, lentamente!

Saudade, fim de um novelo, eriçado em mim,
que perdi com o tempo, não sei bem porquê,
sei apenas, que tudo isto que escrevo,
são saudades de você!

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