quinta-feira, 23 de junho de 2011

O anjo...

Queria poder voar,
por aqui, por ali,
voar daqui em diante,
voar por ti e por mim.

Ser um pássaro ou quem sabe, um anjo,
anjo de asas brancas e longas penugens,
um anjo da guarda, um anjo protetor,
protejer a todos e a mim, voar no manto branco,
no leito de um rio de paz e abrigo de penas brancas,
ultrapassar os mil ventos que comigo se cruzam,
e ser apenas um anjo.

Queria ser um anjo bom,
ter a bondade expressa na minha face redonda,
e a sabedoria no meu olhar enquadrilhado,
saber dar e receber, aprender e ensinar,
saber enfrentar obstáculos, saber sofrer,
saber liberdade, saber VOAR!

Sair ao encontro do Verão,
das flores que brotam aos pouquinhos,
ir ao encontro de todos, e a todos amar,
seguir os pássaros que fazem seus ninhos,
e os homens que se matam a trabalhar,
viajar com eles, e a seu lado caminhar.

Um anjo não ama um ser só,
não tem amar exclusivo,
um anjo ama a todos,
porque o seu amor é extensivo.

Um anjo também chora,
de asas levantadas,
um anjo também cai,
um anjo também se magoa.

Queria ser um anjo,
quebrar todas as regras celestiais,
voar sem fim,
combater vendavais de asas abertas,
queria ser um anjo que sorri,
que chora de emoção,
que sente, um anjo vencedor,
libertado do amor único e das regras ditas.

Queria apenas ser um anjo digno,
um anjo que você veja a brilhar no céu,
que mire na noite, um anjo de que você se orgulhe,
um anjo que você queira amar, e nada mais do que isso.

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