sexta-feira, 14 de outubro de 2011



"Sinto-me tão, mas tão confusa. O que será que ele sente por mim?! Será que gosta de mim, mas que a vergonha é assim tanta que ele nem sequer consegue olhar para a minha “face”?! Faz parecer que me odeia, magoa-me quando me vira a cara, não fala comigo, provoca-me através de olhares e risinhos cínicos que eu odeio mais do que tudo, tira conclusões precipitadas e ainda pensa que eu gosto dele e me interesso pelo que ele faz ou deixa de fazer, que grandessíssimo parvo!
Quando olha para mim parece que sinto um arrepio na espinha, quase como que uma lufada de vento, quando os nossos olhos embatem, o olhar parece entrelaçar-se de uma maneira tal que é difícil desligar, mas ele consegue fazê-lo sempre primeiro que eu. Normalmente quando acontece os nossos olhos “esbarrarem” um no outro, ele olha durante cinco segundos e depois vira a cara ou sai daquele sítio, já eu não consigo. Parece que vivo aqueles olhares com uma intensidade esquisita, uma imensidão terna que eu não consigo explicar. O meu olhar deixa-se levar e por vezes é difícil conseguir restabelecer-me daqueles momentos tão únicos e só meus… O olhar dele é doce e suave, mas não consigo compreender o que sente quando me vê nem o que acha em relação a mim. O nosso afastamento fez com que perdesse-mos a confiança que tanto lutámos para conseguir criar, fez com que deixássemos de nos sentir À vontade um com o outro e até deixámos de saber o que podemos ou não dizer um ou outro. Falo por mim, que até gostava de falar com ele de vez em quando, até que fosse só um “olá” ou um “tudo bem?”, mas não dá. Por um lado ele até pode considerar-me uma amiga, gostar de me ver de vez em quando, gostar de achar que eu gosto dele, mas por outro, enfim, digamos que me pode achar uma parva (principalmente por dispensar tanto do meu tempo com ele, que decididamente não o merece), chata, intrometida e coisas do género. Se por um lado até me pode achar mais ou menos, por outro pode não estar completamente na minha e para ele, quando mais longe eu estiver melhor.
Pode ser apenas impressão minha mas, quando o sinto a olhar para mim, “vejo” um olhar de desprezo, algo confuso de explicar. Um olhar que transmite indiferença e uma noção de muito pouca importância. Algo tanto ou quanto igual a um “não quero saber de ti para nada”. É tão difícil sentir isto: o coração pulsa devagarinho e os batimentos são ora suaves ora acelerados, os músculos contraem com pouca exactidão, e o sangue quase que congela nas veias. Sinto-me pequenina… triste e desmotivada. Ele não merece que lhe dê atenção, nem muita nem pouca, simplesmente não merece nenhuma, mas o pior é que eu ainda não consegui desligar de vez. Ao contrário do que aquele parvo julga, eu não gosto dele, mas acho que ninguém gostava de sentir que uma pessoa que já lhe foi muito querida e que julgou até a uma certa altura ser um bom amigo, de repente a faça sentir que não têm importância nenhuma para ele e lhe esteja sempre a lançar olhares desprezíveis que irritam até ao menino Jesus… Não se trata de uma questão de me interessar pelo que ele faz ou deixa de fazer, às vezes apenas sinto curiosidade de saber certas coisas, mas nada para além disso. Se gostasse dele já me teria apercebido e por consequente não estaria a negá-lo agora. Acho que não posso sentir algum tipo de amor ou atracão por alguém que sinto que me quer longe, uma pessoa que me faz sentir inútil.
Estaria a mentir se dissesse que não queria saber o que ele acha ou deixa de achar de mim, o que não significa necessariamente que a opinião dele tenha alguma relevância para mim (o que possivelmente até é um bocadinho verdade), mas apenas gostava de lhe poder perguntar o que acha de mim, quem é que eu sou para ele e se sente algo em relação a mim, quanto mais não seja uma pontinha de amizade. É algo que cada vez me suscita mais dúvidas, se eu achasse que ele iria ser honesto comigo, já lhe tinha perguntado isso, mas tenho a certeza que ele me iria mentir, por isso não vale a pena.
O meu pensar neste momento resume-se a isto. Provavelmente algumas das minhas amigas já estarão fartas de me ouvir falar nisto, mas não consigo controlar… ele inquieta-me e torna o meu humor bastante instável, deixa-me meia sem jeito e depois sinto uma necessidade incontrolável de falar com alguém e elas, coitadas, são quem me atura!
Vou fazer o meu melhor para conseguir ignorá-lo. Vou tentar esquecer de vez tudo o que aconteceu entre nós e todas as atitudes estúpidas dele. É tímido, cobarde e antipático, não temos sequer nada a ver um com o outro.
As minhas colegas, parte delas, acha que vamos acabar juntos mas eu não acho e não quero de todo que isso aconteça, já sofri demais por alguém que não merece a pena, e é triste dizer que alguém não merece que se importemos com ela, mas neste caso, é mesmo isso. Vou tentar dormir, não é que o sono seja muito, mas preciso de descansar… quanto mais não seja destes pensamentos… só espero amanhã acordar com o “disco rígido da minha cabeça” avariado e que tudo o que seja relativo a ele tenha ido parar à lixeira…
Bye…"

Ana (14-10-2011).

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