Às vezes sinto falta de ser quem sou, não porque não goste de ser assim, mas sinto falta daquela capa protectora de criança chamada ingenuidade. Essa capa faz magia e torna os problemas mais suaves ou até mesmo inexistentes. Agora apercebo-me demasiado deles, tenho consciência de que existem, e não sei como resolvê-los. Todos temos momentos falíveis. Estou no meu. Não baixei os braços, não parei de lutar, fiz um intervalo. Não estaria a ser eu se colocasse uma máscara e fingi-se que está tudo bem. Não gosto de máscaras, ainda que às vezes sejam precisas como forma de nos fortalecer e resguardar. Preciso de um abraço apertado e de uma voz que me sussurre que tudo se vai recompor e que o (meu) céu voltará a ser azul. A minha vida tem sido uma provação constante, e não acho que seja injusto dizer que já tive de lutar muito, por diversas coisas. Fui alcançando metas e objectivos, hoje sinto que falhei no principal, mas não soube ser melhor. Errei várias vezes por instinto, talvez como forma de protecção, tentei fechar-me na minha concha e refugiar-me aqui, mas a concha abriu e os problemas chegaram. Não sei como encará-los. Hei-de arranjar uma forma, mas por agora não me parece existir forma. Não sei se deva chorar, nos últimos tempos as lágrimas têm-se congelado. Tornei-me mais fria do que queria, mas aconteceu. E agora resta-me acreditar que tudo vai ficar bem, e que os anjinhos da guarda vão rezar por mim, e que a minha estrela-guia me vai guiar lá de cima, e que Deus me vai dar força para lutar até onde for preciso e que alguém me vai dar aquele abraço apertado que tanto preciso.
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