sábado, 31 de julho de 2010

Um dia...

Um dia... senti-me estranho...
senti... que a vida me cria falhar...
que o chão me estava a escapar por debaixo dos pés,
que os meus alicerces tinham desmoronado...
Parei... e pensei: Será que está na minha hora?
A vida é uma passagem... curta ou longa... mas é...
ninguém é eterno e se há coisa certa é a morte...
mas nem sempre a morte nos leva na melhor altura...
muitas vezes... ficam coisas por dizer...
ficam momentos por viver...
ficam erros para remediar...
fica meio mundo para apreciar...
fica muita coisa...mais do que vai...
Luto cada dia para chegar ao meu objectivo...
mas quando a luta é muito intensa cansa,
mas não me pára...
hoje sei que lutei para chegar até aqui,
lutei, e felizmente venci... até agora!
Ultrapassei obstáculos... dias de sol e de chuva,
mas alcancei finalmente o meu objectivo.
Marquei pessoas e fui marcado,
deixei e segui rastos...
cheguei há felicidade...
Não me lembro de ter deixado nada por dizer,
nada por fazer,
nenhuma batalha por lutar...
Hoje recordo momentos,
através das muitas recordações que tenho impressas no meu coração,
recordo dias muito felizes e dias muito tristes...
dias de vitórias e derrotas...
recordo pessoas e sei que também hei-de ser recordado...
Não posso sair sempre vencedor...
mas sei que sempre lutei para isso,
hoje fui vencido pela morte...
mas fui recordado pela pessoa que fui em vida...
aquele que estava sempre disposto a viver e a lutar...
aquele que estava sempre pronto para a brincadeira...
aquele que não tinha medo de enfrentar as batalhas...
aquele que estava sempre pronto para uma boa "Conversa da Treta"...
Aquele que deixou na terra um rasto...
com um nome pelo meio...
é assim que te recordo... meu caro Senhor...António Feio...

1 comentário:

  1. Este poema é dedicado ao grande senhor, actor e ser humano, António Feio que nos deixou no passado dia 29 de Julho de 2010.
    Onde quer que estejas, espero que seja em paz... descansa em paz... Viva António Feio!

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